A Polícia Federal, através da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE/SR/DPF/RO) e do Grupo de Investigações Sensíveis (GISE/PVH), deflagrou na manhã desta quarta-feira, 18, a denominada Operação Fortress visando desarticular uma associação criminosa voltada para o tráfico de drogas e lavagem de capitais em diversos Estado do país.
A presente investigação teve início no mês de maio de 2017 após o recebimento de informações dando conta de que indivíduos com antecedentes criminais relacionados com o crime de tráfico de drogas continuavam a se dedicar a atividades criminosas, inclusive utilizando-se de empresas constituídas nesta capital de Porto Velho/RO para a lavagem do capital ilícito obtido com a venda de drogas.
As investigações possibilitaram identificar uma organização criminosa muito bem estruturada, composta por inúmeras pessoas com envolvimento há longa data com o tráfico de drogas em diversos Estados da Federação, alguns destes inclusive com mandados de prisão em aberto decorrentes de condenações anteriores.
O trabalho de inteligência da Polícia Federal conseguiu identificar os principais responsáveis pela compra, transporte e posterior revenda das substâncias entorpecentes, em uma clara e específica divisão de tarefa entre os envolvidos.
O grupo principal se situava em Porto Velho/RO, de onde comandava a aquisição das drogas e o contato com o fornecedor. Inicialmente, o transporte dos entorpecentes se realizada por via terrestre desde o Estado de Rondônia até Fortaleza/CE. Com o interesse em aumentar os ganhos ilícitos, o grupo criminoso passou a realizar o transporte pela via aérea, cabendo esta responsabilidade a um segundo grupo, erradicado no Estado do Mato Grosso. Por fim, restou identificado um terceiro grupo responsável por receber e ocultar as cargas de materiais entorpecentes para posterior distribuição na capital do Ceará.
Ao longo das investigações foram apreendidos cerca de 600kg (seiscentos quilos) de cocaína nas cidades de Porto Velho/RO, Vilhena/RO e Juara/MT.
Em uma das abordagens foi possível realizar a interceptação de uma aeronave no exato momento em que realizava o reabastecimento para seguir viagem com destino ao Nordeste, sendo apreendidos 239kg (duzentos e trinta e nove quilos) de cocaína em seu interior.
Ao todo foram expedidos 20 (vinte) mandados de prisão preventiva, 06 (seis) mandados de prisão temporária, 16 (dezesseis) de condução coercitivas, 35 (trinta e cinco) mandados buscas e apreensões nos Estados de Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Rio Branco, Amazonas, Ceará e no Distrito Federal.
Em razão dos altos lucros obtidos com a compra e venda de entorpecentes os alvos possuíam um esquema altamente organizado para a lavagem dos capitais ilícitos, mediante a compra de imóveis, aeronave, veículos, dentre outros bens de elevado valor.
Visando atingir o patrimônio dos investigados, foram apreendidos diversos automóveis, alguns de alto luxo e elevado valor patrimonial, e uma das aeronaves utilizadas para o transporte das drogas, sendo determinado, ainda, o bloqueio judicial das contas bancárias de 32 (trinta e dois) alvos e 08 (oito) empresas utilizadas para a lavagem do capital ilícito.
Os presos permanecem à disposição da Justiça Estadual do Estado de Rondônia.
Operação da Polícia Federal de Rondônia na manhã desta quarta-feira (18), cumpriu mandado de busca e apreensão na residencia do vereador de Humaitá, empresário Raimundo José da Cruz Santiago (PMDB), que adota o nome político de “Bem Te Vi”.
Os agentes também apreenderam uma frota de veículos como Land Rover, Camaro, BMW, além de caminhonetes e avião e um jet-ski entre outros bens não divulgados pela polícia.
A frota de luxo foi trazida para Porto Velho, onde a operação chamada Fortress manteve sua base, com o objetivo de desarticular uma associação criminosa voltada para o tráfico de drogas e lavagem de capitais em diversos estados do país.
O vereador e o filho são donos de postos de combustíveis e sempre ostentaram alto padrão de vida, segundo fontes ouvidas.
De acordo com o site rondoniaovivo.com, a investigação que resultou na Fortress começou em maio deste ano, com informações de pessoas com antecedentes criminais, ligadas ao tráfico de drogas, que mantinham atividades criminosas utilizando-se de empresas legalmente constituídas para a lavagem de dinheiro.
Em Humaitá, moradores filmaram o momento em que a Polícia Federal apreendia os veículos do vereador.