Apuração sobre os R$ 51 milhões encontrados em apartamento na Bahia deverá ficar sob os cuidados do STF, enquanto caso que envolve a Caixa Econômica Federal será encaminhado para a Justiça de Brasília; entenda
As investigações que envolvem o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e o irmão dele, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) serão desmembradas, conforme a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin, nesta terça-feira (17).
Dessa forma, a apuração sobre os R$ 51 milhões encontrados em um apartamento em Salvador (BA), que envolve Geddel e Lúcio, deverá permanecer no Supremo. Os irmãos tem direito ao foro privilegiado.
Porém, a investigação que envolve os desvios na Caixa Econômica Federal, quando o ex-ministro era vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco, foram enviadas à Justiça de Brasília, que cuidará do caso.
Antes, depois de a 10ª Vara Federal de Brasília remeter ao Supremo as investigações sobre os R$ 51 milhões, a Procuradoria Geral da República (PGR) havia se manifestado sobre o desdobramento.
Em sua decisão, Fachin destacou que a cessão gratuita do apartamento em Salvador, onde foram encontrados R$ 51 milhões, foi um pedido de Lúcio Vieira Lima, com o pretexto de usar o imóvel para armazenar bens de seus pais, que já morreu.
Com isso, o ministro do STF acrescentou que as suspeitas que envolvem lavagem de dinheiro devem ser investigadas pelo Supremo.
Alvo de buscas
Na segunda-feira (16), Lúcio Vieira Lima foi alvo de buscas na primeira operação solicitada por Raquel Dodge desde que ela está na gestão da Procuradoria Geral da República. Como resultado das investigações, em parte do dinheiro foram encontradas impressões digitais de Job Ribeiro, secretário parlamentar do deputado. Ribeiro também foi alvo de buscas.
Fachin também solicitou que a PGR se posicione sobre os pedidos de revogações das prisões de Geddel e Gustavo Ferraz, presos desde o mês passado, quando a Polícia Federal encontrou as impressões digitais dos dois em sacos plásticos que embalavam a verba guardada em las e em caixas. A Procuradoria Geral da República tem três dias para se manifestar.