Estudo destaca o uso intenso dos celulares no país. Aprenda a controlar a duração do seu 3G/4G para não cair no isolamento digital
É inevitável, uma hora a temida mensagem sempre chega: “Você esgotou seu pacote de dados”, avisa a operadora. Nada de vídeos de gatinhos fofos, memes e joguinhos. Só o Wi-Fi salva os viciados em tecnologia do isolamento digital. Oito em cada 10 brasileiros que possuem smartphone esgotam seus pacotes de dados antes do final do período programado para utilização.
O dado é uma das conclusões da pesquisa Global Mobile Consumer Survey 2017, realizada pela empresa Deloitte com 2.000 entrevistados no Brasil. O estudo destaca as características de uso intenso dos celulares, assim como a falta de planejamento de gastos dos consumidores.
No levantamento, mais da metade (51%) das pessoas consultadas que contratam serviço de dados possuem pacotes limitados, com menos de 3GB de capacidade, enquanto 20% dos participantes não sabem nem sequer qual é o tamanho do plano contratado.
Três em cada cinco brasileiros que responderam à pesquisa disseram que tentam reduzir ou limitar o uso de seus smartphones. Outros 29% afirmaram que desligam a conectividade de dados de seus aparelhos para economizar. E 28% desativam as notificações de áudio, enquanto um percentual idêntico simplesmente desliga os aparelhos durante a noite.
“Para além das curiosas conclusões, traçamos um importante retrato dos tempos atuais, das potencialidades e perspectivas que se abrem para o futuro”, afirma Marcia Ogawa, sócia-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicação da Deloitte no Brasil.
A atual edição do estudo foi feita pela empresa em 22 países. A consulta sobre hábitos de consumo de tecnologias móveis se deu por meio de questionários eletrônicos com a participação de mais de 40 mil pessoas, das quais 2 mil são brasileiras.
A pesquisa também apontou excessos no uso do telefone, especialmente entre as pessoas mais jovens. Quase metade (45%) dos entrevistados entre 18 e 24 anos disse que checa notificações de mídias sociais no meio da noite. Na média geral, entre os participantes de todas as idades, esse hábito noturno afeta 33% deles.
Efeitos Esse costume pode gerar insônia, ansiedade e depressão. Há pelo menos quatro anos, especialistas lidam com o novo transtorno mental: a dependência de tecnologia. Clínicas já se especializam em tratamentos relacionados a esse problema.
A psiquiatra Mila Santiago, do Instituto Brasiliense de Psiquiatria, é responsável pelo tratamento em parceria com psicólogos. Ela desenvolve o atendimento há pouco menos de dois anos e, desde então, a procura por ajuda se intensifica.
“É raro que o paciente procure o médico por conta própria. Quando as pessoas se queixam de insônia, irritação, depressão e mudança de hábitos, geralmente estão associados ao uso de smartphones, redes sociais ou jogos eletrônicos”, pontuou.
No futuro, o vício pode levar não somente a problemas de comportamento e de relacionamento, como também a alterações cerebrais. Há risco de demência precoce e perda de memória. “Jovens de até 18 anos podem sofrer com perda de estatura, pois dormir mal devido ao uso das tecnologias prejudica as atividades dos hormônios de crescimento [GH]”, alertou a psiquiatra. Você pode ler mais sobre o assunto aqui,