Suspeitos movimentaram mais de R$ 20 milhões com o uso de empresas fantasmas no Brasil. Dinheiro vinha da República Tcheca
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (5/10), a Operação Multifake com o objetivo investigar lavagem de dinheiro feita por organização criminosa do leste europeu em território brasileiro. Em remessas de valores da República Tcheca, foram transferidos para o Brasil aproximadamente R$ 4 milhões, entre 2011 e 2016. Mas, de acordo com a investigação, os envolvidos teriam movimento em créditos, aproximadamente, R$ 20 milhões no mesmo período.
Ao menos parte desse montante foi direcionado a empresas-fantasmas brasileiras, que estabelecem negócios imobiliários sem declarar receita. As firmas compartilham o mesmo endereço e não têm funcionários.
Policiais federais cumprem quatro mandados de prisão preventiva, dois de condução coercitiva e cinco de busca em Porto Alegre e Viamão (RS). Entre as consequências da operação, estão o sequestro de imóveis e valores em contas correntes, a apreensão de veículos e o registro no Sistema de Difusão Vermelha da Interpol de um mandado de prisão de um investigado que estaria na Europa.
O homem, residente na República Tcheca, remeteu valores para o Brasil durante cinco anos. Informações indicam o possível envolvimento desse investigado com diversos crimes em seu país de origem.
Nomes falsos A Operação foi denominada Multifake porque um dos principais investigados usou, pelo menos, quatro nomes, sendo três identidades falsas de brasileiros. Um dos nomes começou a ser usado pelo investigado há mais de 20 anos. Na Europa, ele já cumpriu pena e foi extraditado da Croácia para a República Tcheca.
São investigados quatro cidadãos da República Tcheca e um brasileiro, pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, uso de documento falso, falsidade ideológica e prestação de informações falsas para realização de contratos de câmbio.
A investigação prossegue com a oitiva dos envolvidos e de pessoas que negociaram imóveis ligados às empresas, análise do material apreendido e possível pedido de cooperação jurídica internacional com as autoridades do País de origem.