Maioria diz que buscará em 2018 nomes sem ligação com corrupção
Os brasileiros que se preparam para ir às urnas nas próximas eleições disseram ao Datafolha que estão em busca de candidatos a presidente com passado limpo e experiência administrativa.
Segundo o instituto, 87% dos eleitores dizem achar muito importante na hora de escolher um candidato que ele nunca tenha se envolvido em casos de corrupção. Para 79%, a experiência do candidato é muito importante.
A preocupação com corrupção é antiga. Nas eleições de 2010, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava no auge da sua popularidade e Dilma Rousseff foi eleita sua sucessora, 87% dos eleitores também disseram ao Datafolha que achavam muito importante votar em alguém com ficha limpa.
A experiência administrativa também era um atributo muito valorizado, de acordo com os levantamentos feitos pelo instituto em eleições anteriores. Na campanha de 2010, 84% diziam buscar um candidato com experiência.
Para 65%, é muito importante que seu candidato tenha passado político conhecido.
Parte dos eleitores está à procura de nomes distantes da política tradicional, já que 31% disseram preferir um novato na política. Porém, 39% consideram esse aspecto nada importante.
Para 59% dos eleitores, é muito importante que o candidato a presidente tenha experiência no meio empresarial, um atributo que apenas 17% consideram irrelevante.
Entre os nomes que se lançaram na corrida presidencial até agora, somente o prefeito João Doria (PSDB) e o ex-banqueiro João Amoêdo, fundador do Partido Novo, fizeram carreira no setor privado antes de entrar na política.
Para 24% dos eleitores, é muito importante que o candidato a presidente seja militar. Entre os postulantes que se apresentaram até agora, o único que atenderia a esse desejo é o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que foi para a reserva como capitão do Exército ao ingressar na política.
Para 53% do eleitorado, porém, o vínculo militar é irrelevante na escolha do candidato a presidente, conforme o Datafolha. Da mesma forma, somente 33% dos eleitores dizem achar muito importante que seu candidato seja religioso e 47% afirmam considerar isso irrelevante.
SEXO
O sexo do candidato também não importa para dois terços do eleitorado. Segundo a pesquisa, 65% não acham importante que ele seja um homem e 63% não se importam se ele for mulher.
Em outubro de 2010, quando Dilma Rousseff se tornou a primeira mulher eleita presidente da República no Brasil, 67% disseram ao Datafolha que achavam irrelevante o candidato a presidente ser uma mulher. Reeleita em 2014, Dilma sofreu impeachment e foi afastada do cargo no ano passado, antes de chegar à metade do mandato.