Eles são responsáveis pela venda, em todo território nacional, de mais de 90 mil receptores para captar sinal de TV paga nos últimos 5 anos
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (19/9) a Operação Satelles, com o objetivo de reprimir o comércio e a operação de receptores de TV via satélite. A ação, realizada em conjunto com a Receita Federal, investiga os crimes de contrabando e descaminho, lavagem de dinheiro e ocultação de bens, associação criminosa, estelionato (fraudes para obtenção irregular de acessos a sinais televisivos pagos), além de sonegação fiscal.
Os grupos criminosos investigados – dois deles baseados em Porto Alegre e um terceiro em Ciudad del Este, no Paraguai – foram responsáveis pela comercialização, em todo o território nacional, de mais de 90 mil receptores, conhecidos como “gatonet”, nos últimos cinco anos.
O equipamento para captar o sinal é comercializado também em locais como a Feira dos Importados, no Distrito Federal, por preços que variam entre R$ 300 e R$ 500, além de uma mensalidade que pode chegar a R$ 30 para manter o serviço.
Nesse mesmo período, esses grupos movimentaram mais de R$ 35 milhões de origem ilícita em contas bancárias pessoais e de terceiros. São cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, três de prisão temporária e cinco conduções coercitivas, além de 10 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Federal de Porto Alegre.
Também foi determinado o sequestro de 13 imóveis e sete veículos. O patrimônio do grupo é avaliado em cerca de R$ 4 milhões. A Justiça também determinou o bloqueio de contas bancárias e aplicações financeiras vinculadas aos investigados. Além do congelamento dos domínios de internet utilizados pelos suspeitos e sites usados para a comercialização, em todo o Brasil, dos produtos eletrônicos contrabandeados.
Participam da operação mais de 70 policiais federais, além de servidores da Receita Federal e fiscais da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).