No Brasil, a maior causa de contaminação por lente é o uso abusivo
Você sabia que o uso de lente de contato tem maior risco de contaminação do que a cirurgia? De acordo com uma pesquisa recente divulgada no JCRS (Journal of Cataract & Refractive Surgery), o uso prolongado de lente gelatinosa causa 17 vezes mais contaminação microbiana da córnea do que a cirurgia refrativa a laser após cinco anos do procedimento.
No Brasil, segundo um levantamento realizado com 210 pessoas pelo oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier de Campinas, a lente de contato causa 20 vezes mais ceratite microbiana — infecção na córnea que pode levar à cegueira — do que a cirurgia.
O médico afirma que, no Brasil, a maior causa de contaminação por lente é o uso abusivo. Neste grupo, estão pessoas que usam lentes vencidas, que dormem com a lente, assim como as que não fazem a manutenção e o armazenamento da lente de forma correta. Os processos alérgicos que geralmente estão relacionados à solução higienizadora respondem por 35% das complicações.
Para manter a saúde da córnea usando lente de contato o oftalmologista dá algumas dicas:
- Lavar as mãos antes de manusear as lentes. - Usar solução higienizadora para limpar e enxaguar as lentes e o estojo. - Evitar soro fisiológico e água na limpeza. - Retirar as lentes antes de remover a maquiagem e quando usar spray no cabelo. - Colocar as lentes sempre antes da maquiagem. - Guardar o estojo em ambiente seco e limpo. - Respeitar o prazo de validade. - Nunca dormir com lentes, mesmo as liberadas para uso noturno. - Interromper o uso a qualquer desconforto ocular e procurar o oftalmologista. - Retirar as lentes durante viagens aéreas por mais de três horas. - Não entre no mar ou piscina usando lente sem óculos de natação.
Procedimento cirúrgico
A cirurgia reflativa corrige miopia, hipermetropia e o astigmatismo remodelando a córnea. O médico destaca que a correção da refração a laser só é indicada para quem tem entre 21 anos e 45 anos.
Os altos graus podem ser eliminados com o implante de uma lente sem retirada do cristalino que corrige até 20 graus de miopia, 10 de hipermetropia e seis de astigmatismo, afirma o especialista. No entanto, existem contraindicações, como gravidez que torna o grau instável, córnea fina, instabilidade de grau, ceratocone, glaucoma, catarata e doenças que dificultem a cicatrização, como plaquetopenia, lúpus, diabetes e AIDS.