Clube carioca é acusado de acobertar torcidas organizadas e descumprir normas de prevenção à violência nos estádios
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) acusou o presidente do Vasco da Gama, Eurico Miranda, de acobertar torcidas organizadas que promovem violência nos estádios e pediu seu afastamento imediato do cargo, assim como o do vice-presidente Silvio Aquiles Hildebrando Godoi e de toda a diretoria, além de pagamento de multa de 500.000 reais por danos morais coletivos.
A ação civil pública apresentada ao Juizado do Torcedor informa que o Vasco descumpre artigos do Estatuto do Torcedor sobre a prevenção da violência nos esportes. Os incidentes ocorridos no jogo entre Flamengo e Vasco, em 8 de julho, em São Januário, motivaram a denúncia do MP.
Na ocasião, torcedores vascaínos atiraram objetos e explodiram bombas em direção a policiais e jogadores do Flamengo. A confusão continuou do lado de fora e resultou na morte de um torcedor baleado no peito. Eurico Miranda culpou “grupos de oposição política” à atual diretoria pelos acontecimentos.
O órgão alega que os dirigentes do Vasco foram coniventes com a torcida Força Jovem, que, mesmo banida pela Justiça dos estádios desde 2014, tinha permissão para frequentar as partidas do clube. Segundo o órgão, a organizada teria provocado a briga generalizada no clássico contra o Flamengo.
Segundo o MP-RJ, um integrante da Força Jovem, Sidnei da Silva Andrade, conhecido como “Tindô”, foi contratado pelo clube para trabalhar em São Januário, devidamente identificado com crachá do Vasco. Na ocasião, ele ficou responsável pelo Portão 9 do estádio, a principal entrada das torcidas organizadas do clube.
A ação aponta ainda que outro integrante da Força Jovem, Rodrigo Granja dos Santos, conhecido como “Batata”, integra o quadro de funcionários do clube, exercendo a função de segurança particular. Ele mesmo confessou a vinculação ao Vasco em depoimento prestado em 21 de junho ao juiz de plantão do Juizado do Torcedor.
Eurico Miranda deve lançar nesta quinta-feira sua candidatura para reeleição no Vasco. Presidente e clube ainda não se posicionaram sobre as denúncias do MP.