Será anunciado nesta terça-feira (12) o nome do novo relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito criada para investigar as atividades do grupo JBS. O nome deve ser anunciado em reunião marcada para as 14h30. A escolha deve ser feita entre três nomes: Carlos Marun (PMDB-MS), Hugo Leal (PSB-RJ) e Fernando Francischini (SD-PR).
São três nomes espetaculares, três parlamentares de muito conhecimento do Congresso Nacional e do assunto. Hoje, até as 22 horas, acredito que vamos terminar essa conversação e escolher o relator", informou o presidente da comissão, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), em entrevista coletiva.
Questionado sobre a independência dos três parlamentares, Ataídes disse acreditar que Francischinni tem essa característica, mas lembrou que o PMDB, como maior partido do Congresso, normalmente fica com a relatoria quando não tem a presidência da comissão. Sobre Marun, apontado como defensor de Temer, o presidente disse que não pretende brigar com o PMDB.
"O PMDB é o maior partido aqui no Congresso Nacional, e essa relatoria, como é costumeiro aqui dentro, ficaria com o PMDB. Nós estamos conversando para ver se chegamos a um acordo, mas não vou comprar, evidentemente, encrenca com o maior partido do Congresso Nacional".
Irmãos Batista
Ataídes informou já ter feito requerimentos para que sejam ouvidos os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da empresa J&F e responsáveis pela delação premiada que envolveu o presidente Michel Temer. Esses requerimentos podem ser votados na reunião de terça. Também há a intenção de ouvir Ricardo Saud, executivo do grupo dos irmãos Batista. Ele e Joesley chegaram nesta segunda-feira a Brasília, onde ficarão presos.
Além deles, o presidente pretende ouvir o ex-procurador Marcelo Miller, que é suspeito de ter cometido crimes de organização criminosa, obstrução das investigações e exploração de prestígio, orientando os irmãos Batista. Ataídes informou que também pretende ouvir ex-presidentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
"O ponto principal, evidentemente, é o esclarecimento dessa "superdelação diferenciada". Imagino que os 16 senadores e 16 deputados federais da comissão terão inúmeras perguntas a fazer a eles e espero que eles venham dispostos a nos responder às nossas indagações", disse Ataídes.
A intenção da CPI é conseguir o compartilhamento de dados da Operação lava-jato. O presidente disse que pedirá o auxílio, na CPI, de um delegado que participou da operação Lava-Jato.
Sobre o encontro com o presidente Michel Temer, no último domingo, o senador informou que o assunto não foi a CPI, mas sim a duplicação da BR 153 no Tocantins. Para ele, não há problema no encontro, já que sua função, como parlamentar, é trabalhar pelo Brasil e pelo seu estado.
Instalada na última terça-feira (5), a CPI tem como vice-presidente o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO). O foco da comissão mista são as supostas irregularidades envolvendo as empresas JBS e J&F em operações realizadas com o BNDES e BNDESPar, ocorridas entre os anos de 2007 a 2016.