Tempestade atingiu as ilhas de St. Martin, Ilhas Virgens e Barbuda
O furacão Irma, que atinge a região do Caribe desde quarta-feira (6), com ventos de até 295 km/h, deixou um rastro de destruição, ao menos 17 mortos e milhares de pessoas desabrigadas.
Nesta quinta (7), o fenômeno passou pelo nordeste da República Dominicana antes de chegar ao arquipélago britânico de Turks e Caicos, onde estava por volta das 21h em Brasília. Irma, porém, não tocou o Haiti, que divide a ilha Espanhola com os dominicanos.
O ministro do Interior da França, Gérard Collomb, atualizou na manhã desta sexta-feira (8) para nove o número de mortos nas ilhas de St. Martin e St. Barts. Na véspera, o primeiro-ministro francês Édouard Philippe havia confirmado quatro mortos e 50 feridos. As autoridades dizem que o número de vítimas fatais pode aumentar, pois as equipes de resgate ainda não tiveram uma visão completa dos estragos.
O ministro do Interior da Holanda, Ronald Plasterk, afirmou que houve saques na parte holandesa de St. Martin, onde ao menos uma pessoa morreu, e que 50 policiais seriam deslocados do território de Curaçao, também no Caribe.
O presidente francês Emmanuel Macron, que está na Grécia, prometeu que visitará as ilhas pertencentes ao país assim que as condições climáticas permitirem. Ele também pediu esforços concentrados no combate ao aquecimento global para prevenir desastres naturais semelhantes.
Quatro pessoas morreram nas ilhas Virgens dos EUA, onde as autoridades descrevem os danos como catastróficos. Prédios da polícia e dos bombeiros foram destruídos.
Um bebê de dois anos morreu em Antígua e Barbuda enquanto sua família tentava escapar da casa danificada pelo furacão. Cerca de 60% dos 1.400 moradores da ilha de Barbuda ficaram desabrigados devido ao Irma. O premiê Gaston Browne afirmou que a recuperação levará meses, talvez anos.
Uma morte foi registrada no território britânico de Anguilla, onde o aeroporto e hospitais também ficaram danificados após a passagem do Irma. Na quarta (6), um surfista morreu em Barbados, por onde o fenômeno não passou, enquanto pegava as ondas provocadas por ele.
A previsão do Centro Nacional de Furacões dos EUA é que a tempestade atinja Cuba entre as tardes de sexta (8) e sábado (9), antes de chegar no domingo (10) à Flórida, em estado de emergência desde segunda (4).
O governador do Estado, Rick Scott, disse pela manhã que se prepara para uma tempestade "com potencial para devastar" o Estado. Ele ainda destacou que o fenômeno é "maior, mais forte e mais rápido do que o Andrew", em referência ao furacão de 1992, que deixou 61 mortos nos EUA.
Já o presidente dos EUA, Donald Trump, demonstrou preocupação com a devastação causada pelo furacão Irma no Caribe. "Estamos muito preocupados, trabalhando com muita força". O mandatário também afirmou que a "Flórida se preparou da melhor forma possível" e que "agora falta saber o que irá acontecer".
Enquanto o Irma passa pelo Caribe, outros dois fenômenos mais fracos se aproximam da região. A furacão José, que alcançou nesta quinta a categoria 3, deverá atingir nesta sexta as já devastadas ilhas de Barbuda e Anguilla.
Já a tempestade tropical Katia, de categoria 1, passará nesta sexta pela costa leste do México.
AJUDA
Nesta quinta (7), o Senado americano aprovou um pacote de US$ 15 bilhões em ajuda para desastres. Inicialmente a verba seria destinada à reconstrução das áreas do Texas e da Louisiana atingidas na semana passada pelo furacão Harvey, mas agora também será empregada nas regiões por onde passou e passará o Irma.
A medida aprovada pelos senadores também aumenta o teto da dívida pública, permitindo que o governo federal dos EUA continue financiado até dezembro e evitando uma paralisação no início do próximo ano fiscal, em outubro. O projeto vai agora para a Câmara, onde será votado nesta sexta-feira (8) e deve ser aprovado com facilidade.
Enquanto isso, os cinco ex-presidentes americanos vivos —Jimmy Carter, George H. W. Bush, Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama— criaram um fundo de ajuda às vítimas do Harvey e do Irma.