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ALFINETADA: MP converte em criminal investigação administrativa contra ex-procurador da República

Marcello Miller é suspeito de ter atuado em favor dos delatores do grupo J&F enquanto era servidor do Ministério Público Federal



A Procuradoria da República em Brasília vai converter em investigação criminal um procedimento administrativo que apura a atuação do ex-procurador Marcello Miller. Ele integrou o grupo de trabalho da Lava Jato e, após deixar o Ministério Público Federal, foi trabalhar num dos escritórios de advocacia que defendiam os interesses do grupo J&F, dos irmãos e delatores Joesley e Wesley Batista. Iniciada há pouco mais de três meses, a apuração foi motivada por uma representação do deputado federal Carlos Marun(PMDB-MS), aliado do presidente Michel Temer, e tinha o objetivo de verificar se Miller desrespeitou a quarentena, configurando eventual conflito de interesses. Diante da revelação dos novos fatos envolvendo o ex-procurador e os delatores do J&F, a Procuradoria decidiu redistribuir a investigação para o núcleo de combate à corrupção.

Atualização - Em nota à imprensa, o ex-procurador Marcelo Miller afirmou que "não cometeu qualquer crime ou ato de improbidade administrativa; não recebeu dinheiro ou vantagem pessoal da J&F ou de qualquer outra empresa; nunca atuou como intermediário entre o grupo J&F e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ou qualquer outro membro do Ministério Público Federal; não mantém relações pessoais e jamais foi “braço direito” do procurador-geral; não manteve qualquer comunicação com o procurador-geral desde outubro de 2016, com exceção do dia 23 de fevereiro de 2017, quando esteve na PGR para pedir a exoneração do cargo; nunca fez parte da força-tarefa da Operação Greenfield, no âmbito da qual foi celebrado o acordo de leniência da J&F; também não teve acesso a qualquer documento ou informação sobre a Operacão Greenfield; desde julho de 2016, estava afastado do grupo de trabalho da Lava Jato e das atividades da PGR, atuando efetivamente na Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro. Nesse período, também não acessou nenhum arquivo ou documento da Operação Lava Jato; lamenta e repudia o conteúdo fantasioso das menções a seu nome nas gravações divulgadas na imprensa".
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