Rodrigo Tacla Duran acusa amigo de Moro de intermediar negociações paralelas com a equipe da Lava Jato
Um trecho de livro publicado na internet por engano gerou polêmica em torno do juiz Sérgio Moro.
No texto, o advogado Rodrigo Tacla Duran (que representou a Odebrecht de 2011 a 2016) acusa o advogado trabalhista Carlos Zucolotto Junior de intermediar negociações paralelas dele com a força-tarefa da Operação Lava Jato.
A informação foi publicada na coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo de domingo.
Rodrigo Tacla Duran é acusado de lavagem de dinheiro e organização criminosa, e teve a prisão decretada por Moro. Ele tentou fechar um acordo de delação premiada, mas as negociações fracassaram.
Carlos Zucolotto Junior é amigo e foi padrinho de casamento do juiz Sergio Moro. Além disso, a esposa de Moro já foi sócia do escritório de Zucolotto.
Segundo o jornal, Tacla Duran diz que combinava com Zucolotto o abrandamento de pena e diminuição da multa que ele próprio deveria pagar em um acordo de delação premiada. Em troca, Zucolotto seria pago por meio de caixa dois.
Ao jornal, Zucolotto, o amigo de Moro, negou as acusações. Além disso, procuradores citados por Tacla Duran afirmam não conhecer Zucolotto.
Sérgio Moro afirmou, a respeito da polêmica, que o amigo é “sério e competente”, lamentando que “a palavra de um acusado foragido da Justiça brasileira seja utilizada para levantar suspeitas infundadas sobre a atuação da Justiça”.
Leia a íntegra da resposta de Moro:
Sobre a matéria “Advogado acusa amigo de Moro de intervir em acordo” escrita pela jornalista Mônica Bérgamo e publicada em 27/08/2017 pelo Jornal Folha de São Paulo, informo o que segue:
– o advogado Carlos Zucoloto Jr. é advogado sério e competente, atua na área trabalhista e não atua na área criminal;
– o relato de que o advogado em questão teria tratado com o acusado foragido Rodrigo Tacla Duran sobre acordo de colaboração premiada é absolutamente falso;
– nenhum dos membros do Ministério Público Federal da Força Tarefa em Curitiba confirmou qualquer contato do referido advogado sobre o referido assunto ou sobre qualquer outro porque de fato não ocorreu qualquer contato;
– Rodrigo Tacla Duran não apresentou à jornalista responsável pela matéria qualquer prova de suas inverídicas afirmações e o seu relato não encontra apoio em nenhuma outra fonte;
– Rodrigo Tacla Duran é acusado de lavagem de dinheiro de milhões de dólares e teve a sua prisão preventiva decretada por este julgador, tendo se refugiado na Espanha para fugir da ação da Justiça;
– o advogado Carlos Zucoloto Jr. é meu amigo pessoal e lamento que o seu nome seja utilizado por um acusado foragido e em uma matéria jornalística irresponsável para denegrir-me; e
– lamenta-se o crédito dado pela jornalista ao relato falso de um acusado foragido, tendo ela sido alertada da falsidade por todas as pessoas citadas na matéria.