Estudo destaca ainda que as importações de esperma aumentaram 2.625% de 2011 a 2016
m relatório da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) mostra que os brasileiros preferem importar sêmen de doadores de olhos azuis. O estudo, que fez um raio X das amostras seminais, destaca ainda que as importações aumentaram 2.625% de 2011 a 2016 — e São Paulo foi o Estado que importou a maioria das amostras.
De acordo com a pesquisa, divulgada nesta quinta-feira (10) as características fenotípicas — aparência do doador — interferem nas importações. Das 1.011 amostras seminais importadas de 2014 a 2016, a cor dos olhos azuis foi a predominante (52%). Em seguida, ficaram os doadores de olhos castanhos (24%) e verdes (13%).
As amostras de sêmen foram trazidas de três bancos norte-americanos e obtidas de 362 doadores diferentes — 95% das que chegaram ao Brasil tiveram doadores de origem caucasiana e apenas duas de negros.
A cor de cabelo castanho dos doadores também foi a preferida pelos importadores: 64% das amostras de sêmen foram provenientes de doadores com essa cor de cabelo, seguidos dos louros (27%).
Segundo representantes dos bancos de sêmen norte-americanos, os pacientes escolhem o doador com características físicas semelhantes às deles e de seus familiares.
São Paulo foi o Estado que importou a maioria das amostras solicitadas à Anvisa. De 2014 a 2016, foram trazidas 657 — o que representa 65% do total. O índice é bastante superior ao do segundo colocado, o Rio (12%).
O relatório mostra que os pedidos são feitos, em sua maioria, por casais heterossexuais, em que os homens têm problemas de infertilidade. Em segundo lugar, estão as mulheres solteiras que querem ter uma gestação independente e, em terceiro, os casais homoafetivos de mulheres.
Os dados indicam ainda que as importações têm crescido nos três grupos. Entre casais homoafetivos, por exemplo, os pedidos saltaram de 24 em 2014 para 91 em 2016, uma alta de 279%. Segundo a Anvisa, o objetivo do relatório é levantar elementos para discuti o aperfeiçoamento de modelos regulatórios e políticas de reprodução humana no País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.