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AGORA: PM investiga vídeo de escola com convite a Bolsonaro para formatura de alunos




Um vídeo divulgado em uma rede social do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) mostra um convite feito por um grupo de alunos da Escola Estadual Waldocke Frick de Lira para que o político participe da formatura dos estudantes em Manaus e o chamam de "Salvador dessa Nação". A instituição é coordenada pela Polícia Militar, que investiga o caso. O parlamentar fala, no vídeo, que o convite é "simplesmente irrecusável". "Um exemplo de ensino que deveria ser adotado em todas as escolas públicas do Brasil", diz o político.


Em nota, a PM informa que foi aberto um procedimento administrativo para investigar o vídeo, que será apurado por meio da Diretoria de Justiça e Disciplina (DJD) da corporação. Segundo a Polícia, a investigação será acerca da forma como o convite foi feito, porque não se sabia da participação de Bolsonaro na formatura - o que configuraria uma quebra de hierarquia no órgão.


O jornal também procurou a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e aguarda posicionamento sobre o convite.


As imagens compartilhadas pelo político mostram um grupo de alunos e professores gritando os dizeres: "Tenho audácia o suficiente para convidar Bolsonaro. Sou guerreiro, corajoso e minha vitória fito. Prestigie a formatura e veja que o terceirão é mito. Convidamos Bolsonaro, salvador dessa nação. Nos quatro cantos ouvirão completa nossa canção".


Em seguida, duas alunas se apresentam como integrantes da comissão de formatura e reforçam o convite ao deputado. "Nosso convite deve-se à sua trajetória ética e seu compromisso com a educação", diz uma das jovens.


A professora e socióloga Klyo Monteiro pontuou que esse tipo de manifestação por parte de uma escola "passa a camuflar o fato de que não se pode pensar de maneira oposta". "Buscar uma escola neutra quer dizer que apenas uma visão de mundo poderá ser discutida nela. E é exatamente o que podemos a perceber no vídeo e na fala dos alunos, que é feita em massa, de maneira repetida, mecânica e sem alguma característica liberal de pensamento", explicou a mestre em sociologia pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam).


Klyo frisa que a diversidade de visões "enriquecem as discussões e fortalecem a busca por fatos". "É fato que nenhuma escola ou professor deve obrigar seus alunos a pensar de determinada maneira. Todavia, é necessário desconfiar dos discursos travestidos de neutralidade", finalizou.

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