A implantação do sistema militar em duas escolas da capital tem sido motivo de discussões entre a comunidade escolar e os responsáveis pelas pastas. A ideia é uma parceria das Secretarias de Estado de Educação (Seduc) e a Segurança Pública do Estado (Sesdec) e ainda está em fase de avaliação.
Segundo a diretora de Educação da Seduc, Maria Angélica Ayres, Rondônia é um dos poucos estados do país que tinha apenas duas instituições de ensino militarizadas. “Há três anos e meio foi implantado o Colégio Tiradentes II, no distrito de Jacy Paraná. Os resultados são muito satisfatórios. Desde 2015 vínhamos estudando a possibilidade de expandir para o interior do estado, e a partir deste segundo semestre teremos uma unidade no município de Ariquemes, uma em Ji-Paraná, e uma em Vilhena. A lei já foi publicada e os gestores já estão, inclusive, nomeados”, conta. Desde que surgiu a ideia, a diretora diz que a equipe da Seduc visitou as unidades implantadas no Amazonas, onde há oito escolas nos padrões militares, e declara que tanto para o estado quanto para a comunidade escolar, o regime melhorou os resultados de aprendizado dos alunos, além da expectativa com a vida educacional e profissional futura. “Aqui, onde a proposta é militarizar o Colégio Manaus (no Bairro do Roque), e a Escola Capitão Cláudio Manoel da Costa (no Bairro Cidade do Lobo, Zona Sul da cidade), avaliamos a qualidade de ensino, através do Índice de Desenvolvimento de Educação Básica - o Ideb, que é muito baixo nessas escolas, além de fatores relacionados à segurança e disciplina no ambiente escolar, e onde há várias ocorrências no entorno das duas instituições. Há um diagnóstico que nos mostra que a alternativa deve ser uma forma de resgatar as escolas e melhorar a qualidade da educação nos estabelecimentos”, explica a diretora. Maria Angélica enfatiza que, até o momento, a Seduc tem respeitado a gestão democrática, eleita pela comunidade escolar, mas não admite que a Seduc seja responsabilizada pelo não funcionamento da gestão. “As escolas apresentam dificuldades na gestão administrativa. Nós sabemos das condições dessas escolas, mas não podemos ser culpados se elas não avançam. Esses gestores já deveriam ter colocado em prática projetos e atividades envolvendo a comunidade, de forma a promover as mudanças, principalmente no que diz respeito ao aprendizado”, considera. A intenção da Seduc é, segundo a diretora, dar mais uma opção de ensino à comunidade, de forma que nem os alunos e nem os professores serão obrigados a permanecerem nas instituições. “Estamos oferecendo a alternativa. Neste modelo o gestor é militar, e leva com ele uma equipe de 16 militares, que ficarão responsáveis pela administração da escola e atividades complementares, como artes marciais, hora cívica, formação da banda escolar, e a criação de outras novas atividades como hortas, e ainda farão a segurança com a vigilância escolar e entorno. Não estaremos tirando nenhum policial das ruas, vamos utilizar a mão de obra de policiais da reserva remunerada, que passarem pelo edital e aprovação para atuar nas escolas”, revela. Os alunos já matriculados terão vaga garantida, caso queiram continuar na instituição, e os professores também poderão permanecer. “Para os professores o regime dá tranquilidade e mais segurança para o trabalho, e temos uma lista de procura muito grande de professores que querem ser lotados nos colégios militares já existentes, justamente por isso. Tenho certeza que isso não será problema”, acrescenta Maria Angélica. Pela experiência de outros estados, como o Amazonas, a diretora de Educação conclui que a influência da escola na comunidade é muito grande e que todas as instituições implantadas são exemplos positivos tanto para os pais, como para os alunos, e toda a comunidade escolar com os quais pode ter o contato. “Agora, se não for aceito nessas duas escolas faremos em outras, mas vamos cumprir nossa meta de sete escolas militares em Rondônia, oferecendo melhor qualidade de ensino e segurança para as comunidades”.