O Governo de Rondônia firmou compromisso com o diretor do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército Brasileiro, general de brigada Severino de Ramos Bento da Paixão, para contribuir na revitalização do Forte Príncipe da Beira, a terceira maior fortaleza das Américas.
Ainda não há data para o início das obras. Tudo depende da entrada de recursos a serem captados por essa diretoria. “O Forte é um dos lugares naturais mais importantes da terra e assim precisa ser mais conhecido”, propôs o general Paixão. Ele se reuniu no Palácio Rio Madeira com o vice-governador Daniel Pereira, com o comandante da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, general de brigada José Eduardo Leal de Oliveira. O Forte já faz parte da lista indicativa para Patrimônio Mundial da Unesco [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura]. Das 19 fortificações brasileiras, oito são administradas pelo Exército. O general Paixão expôs o trabalho de sua diretoria em diversas unidades militares nacionais e explicou que o apoio do governo rondoniense será fundamental na revitalização. “Para vencer o desafio do tempo, temos que buscar pessoas qualificadas que montem o projeto básico e executivo para que ela seja efetiva e maior, e para isso eu vim aqui”, disse. O vice-governador Daniel Pereira lembrou o sentimento do ex-comandante da 17ª BIS, general Costa Neves – recentemente transferido para a Academia Militar de Agulhas Negras – em relação às futuras obras no Forte e elogiou o atual, general José Eduardo Leal de Oliveira. “Ele assume esse trabalho e isso demonstra a grandeza do Exército, que muda seus profissionais, mas permanece a qualidade de seus feitos”. Recentemente, o general Paixão participou do 1º Seminário Internacional de Turismo Militar, em Lisboa, ao qual compareceram representantes das Universidades Federal Fluminense e de Aveiro. Lá, o tema debatido foi turismo militar, e a palavra “turistificação” já é bem usada. “Na apresentação do primeiro eslaide mostramos o Forte Príncipe, e aí, o clima foi muito agradável”, comentou o militar. Em seguida, ele soube da existência de algumas, mencionadas pelo vereador e historiador Aleks Palitot, por nomes e pelo trabalho feito em prol da história e da cultura rondoniense. Palitot, que na reunião se identificou “mais como historiador do que um vereador iniciante”, entende que o projeto terá êxito se puder contar com a participação direta de professores de história e arqueologia da Universidade Federal de Rondônia (Unir). “A fornalha, o paiol, o labirinto, também fazem parte da revitalização; a acessibilidade por sua vez é imprescindível”, assinalou. Aleks propôs um curso técnico de guia de turismo para pessoas interessadas entre as comunidades tradicionais, quilombolas entre elas. “Seria a valorização dessas pessoas e atenderia à lei”, disse. RECURSOS A diretoria de patrimônio, história e cultura do Exército tem na sua estrutura o Escritório Mecenas, e ele será mobilizado para captar apoio ainda neste semestre. Segundo o general, o escritório segue o rito tradicional: soma as colaborações de pessoas físicas e jurídicas e em seguida os submete à aprovação do Ministério da Cultura. O superintendente de Turismo, Julio Olivar, lembrou que o inventário feito na região do Guaporé implica a retomada de consciência em relação ao monumento. Lembrou que a região tem populações tradicionais que podem ser treinadas para serem guias. “Há sítios arqueológicos próximos, a pesca esportiva é bem praticada e tudo isso se agrega à beleza arquitetônica do Forte”, destacou Olivar.