A Direção do Sintero vai encaminhar expediente à Seduc e ao Ministério Público do Estado solicitando que seja apurado o uso de gás de pimenta pela Polícia Militar em reunião com a comunidade na Escola Estadual Capitão Cláudio Manoel da Costa.
A reunião foi organizada e coordenada pelo deputado estadual Jesuíno Boabaidi (PMN), que é policial militar, e teve a participação da Diretora Geral de Educação da Seduc, Angélica Aires, com a finalidade de discutir a militarização de escolas estaduais pelo governo do estado.
Embora a comunidade tenha demonstrado claramente que é contrária à militarização da Escola Cláudio Manoel da Costa, a reunião de sexta-feira, dia 14/07, teve um direcionamento que passava da tentativa de convencimento à pressão dos pais e alunos.
A pressão e a intimidação ficou demonstrada pela presença de pelo menos três viaturas da COE, viaturas comuns da PM e do Corpo de Bombeiros.
A Direção do Sintero considerou desnecessário tamanho aparato, que também era ostentado dentro do ambiente da escola, com a presença de dezenas policiais militares fortemente armados, onde foi disparado spray de pimenta, causando pânico, revolta e mal estar nos participantes.
Pelo menos três pessoas foram atingidas diretamente pelo gás de pimenta e uma estudante precisou ser atendida na emergência da UPA Zona Sul. Os diretores do Sintero registraram um boletim de ocorrência policial na Unisp da Zona Sul, onde relatou o ocorrido.
A Direção do Sintero reitera que não é contra a Polícia Militar, pois a corporação é importante na estrutura da segurança pública estadual, mas considera que o governo do estado precisa separar qual é a função da polícia e qual é a função da escola.
Durante a reunião a Diretora Geral de Educação da Seduc, Angélica Aires, disse que o estado estaria entregando a Escola Cláudio Manoel da Costa para a Polícia Militar devido ao alto índice de violência no local e pelo fato de a escola ter alcançado um dos piores índices no IDEB.
Para a Direção do Sintero, a Diretora da Seduc responsabiliza os professores e os Técnicos Educacionais pelos problemas da escola, sem mencionar a falta de recursos, a falta de condições de trabalho, a falta de valorização dos profissionais da educação e a ausência do poder público na comunidade.
O presidente do Sintero, Manoel Rodrigues da Silva, disse que não é contra escolas militares. “Se o governo quer ter escolas militares, que as construa. Em vez de militarizar escolas já em funcionamento, o governo deveria oferecer as condições adequadas ao seu funcionamento. Violência se combate com ações de governo e baixo desempenho no IDEB se combate com a melhoria da escola, não com polícia”, disse.
Além do presidente Manoel Rodrigues, participaram da reunião os diretores do Sintero José Augusto Neto (secretário de Imprensa e Divulgação), Dioneida Castoldi (secretária de Assuntos Municipais), Rosenilda Ferreira de Souza Silva (secretária de Gênero e Etnia), e os diretores da Regional Norte Judith dos Santos Campos, Cleusa Ferreira Mendes, Lodeilson Fernandes da Silva e Neilton do Vale Vidal.