Dois deputados do Partido Democrata depositaram nesta quarta-feira (12) o primeiro pedido formal de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A iniciativa é patrocinada pelos congressistas Brad Sherman, da Califórnia, e Al Green, do Texas, e se baseia em uma possível obstrução de Justiça por parte do republicano na demissão de James Comey do comando do FBI.
"É o primeiro passo de um caminho muito longo, mas se essa incompetência impulsiva continuar, talvez republicanos se juntem aos esforços pró-impeachment", diz uma nota do deputado Sherman.
Segundo ele, os últimos desdobramentos do escândalo "Russiagate" indicam que a campanha de Trump era auxiliada por membros do governo russo. "Parece provável que o presidente tivesse algo a esconder quando tentou parar a investigação contra o conselheiro para Segurança Nacional Michael Flynn", afirmou.
Demitido em maio passado, Comey, ex-diretor do FBI, revelou que o republicano lhe pedira para arquivar o inquérito contra Flynn, que foi interceptado em conversas telefônicas com o embaixador de Moscou nos EUA, Sergey Kislyak. Nas ligações, eles falavam sobre as sanções impostas por Barack Obama em retaliação à suposta interferência do Kremlin nas eleições vencidas por Trump.
"Todos os dias, democratas, republicanos e o mundo inteiro ficam chocados com os últimos exemplos do amadorismo do presidente da América", acrescentou Sherman.
O pedido de impeachment precisa ser aprovado na Câmara dos Representantes, por maioria simples (218 de 435 votos), e no Senado, por maioria qualificada (67 de 100), mas ambas as casas são controladas pelo Partido Republicano.
A iniciativa dos congressistas também não conta com o apoio institucional do Partido Democrata, que acredita ainda ser muito cedo para pedir o afastamento do presidente.