Ex-ministro de Temer foi preso na segunda-feira (3) sob acusação de atuar para evitar delação do ex-deputado Eduardo Cunha e seu operador Lúcio Funaro
O Ministério Público Federal afirmou ao juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal do DF, que o ex-ministro Geddel Vieira Lima é um "serial criminal", ou seja, criminoso em série, na petição que fundamentou a prisão preventiva do peemedebista, deflagrada na segunda-feira (3).
Para o MPF, Geddel fez carreira profissional com base no cometimento de crimes contra a administração pública. Isso porque o ex-ministro é investigado sob suspeita de receber propina do esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal, onde ocupou uma vice-presidência, e em outros casos.
Em depoimento à Polícia Federal, o operador Lúcio Funaro calculou que Geddel recebeu ao menos R$ 20 milhões de propina por negócios que Funaro intermediou na Caixa, tudo em dinheiro vivo.
>> Geddel andava deprimido e ainda lamentava ter saído do governo
As investigações conduzidas até agora levantaram suspeitas de que Geddel, em conjunto com Funaro, Cunha e o ex-vice da Caixa Fábio Cleto, atuou para interferir no repasse de recursos para ao menos oito pessoas jurídicas, incluindo o grupo J&F e o Partido Social Cristão.
Em nota divulgada após sua prisão, a defesa de Geddel classificou a medida de "desnecessária" e que ele estava à disposição para colaborar com as autoridades. "Dessa forma, acabou por não considerar que, desde o momento em que o senhor Geddel Vieira Lima se viu injustamente enredado no bojo da 'Operação Cui Bono', colocou-se à disposição das autoridades constituídas para apresentar os documentos que lhe fossem solicitados, assim como comparecer a todos os chamados que eventualmente lhe fossem formulados, inclusive abrindo mão dos seus sigilos bancário e fiscal, assim como do seu passaporte", declarou a defesa de Geddel.