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ALERTA: Dores nos dentes pode indicar princípio de infarto

Excesso de estímulos dolorosos na região do peito podem estimular outras fibras nervosas e causar sensações de dor pelo corpo



Se algum dia você começar a sentir fortes dores nos dentes ou na região da mandíbula sem razão aparente na boca, cuidado, você pode estar tendo um infarto. A seguir nós vamos explicar a ligação entre essas dores e mostrar que, mesmo indiretamente, os dentistas podem ajudar a prevenir ou diagnosticar problemas no coração.


Para os especialistas em saúde bucal, essa associação não é nenhuma novidade e pode começar de uma forma mais abrangente. “Não é raro alguns pacientes relatarem dores na região da mandíbula e até da maxila como consequências de dores que surgem inicialmente no tórax, ombro e braço esquerdos”, diz Celso Luiz Caldeira, professor da Disciplina de Endodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP).




Mas Celso afirma que essa dor pode sim estar relacionada diretamente com a com a obstrução das artérias coronárias. “Essas dores reflexas podem surgir do coração e, pelo excesso de estímulos dolorosos podem estimular outras fibras nervosas de outras áreas, como na região de mandíbula inicialmente e depois de maxila e geralmente do lado esquerdo, e ser confundida com uma inflamação aguda de algum dente destas regiões”, diz o especialista.





Como diferenciar? Mas como podemos saber se a dor de dente que estamos sentindo vem de algum problema bucal ou do coração? Segundo Celso, a melhor forma de saber ao certo de onde está vindo essa dor é fazendo um diagnóstico preciso com um profissional.


“Temos que eliminar a origem dentária da dor, pois o infarto do miocárdio pode apresentar uma série de sintomas derivados de uma dor súbita que aumenta progressivamente de intensidade e vem acompanhada de uma sensação de sufocação que se irradia do centro-baixo do tórax para a região do pescoço, podendo atingir também o lado interno do braço esquerdo e por fim a mandíbula de ambos os lados e até a maxila”, diz o professor.


Se o caso realmente for de problema no coração, o ideal é que o dentista exclua logo os diagnósticos de dor de origem pulpar (inflamações ou infecções), dores nas articulações e dores neurológicas (como nevralgias) e assim, encaminhe com rapidez o paciente para atendimento cardiológico.


Falta de cuidados bucais A falta de uma boa higienização bucal não pode causar um infarto diretamente, mas está relacionada com um maior risco de desenvolvimento de doenças cardíacas coronarianas.


“A aterosclerose é uma doença inflamatória crônica que leva a formação de placas ateromatosas (acúmulo de lipídios, hidratos de carbono, sangue e produtos sanguíneos, tecido fibroso e depósito de cálcio) dentro dos vasos sanguíneos do coração. Sabe-se que a formação destas placas de gordura pode ser agravada pela presença de bactérias e de fatores inflamatórios presentes na inflamação da gengiva”, diz Marinella Holzhausen Caldeira, professora da Disciplina de Periodontia da FOUSP.


Dentista e o infarto Por tudo isso que foi dito, Marinella diz que é possível afirmar que o dentista tem um papel de destaque no diagnóstico e prevenção de problemas no coração.


“Pacientes com doenças cardiovasculares podem se beneficiar com a melhora de seus cuidados bucais. Sabe-se que a incidência de novos eventos cardiovasculares nesta população pode ser reduzida com o uso adequado de métodos de higiene oral, tais como, a escova e o fio dental. Dessa forma, os cardiologistas e dentistas devem prestar especial atenção à higiene oral de pacientes com histórico de doenças cardíacas coronarianas prévias”, finaliza a especialista.



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