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POLÊMICA: Esquema de Corrupção movimentou propinas em obras do DF e de pelo menos 11 estados

Superfaturamento, fraudes e propinas são citadas por ex-diretores da Odebrecht



Um esquema que movimentou cifras absurdas em propinas em obras – algumas ainda nem finalizadas – do Distrito Federal e pelo menos mais 11 estados foi detalhado nas delações do ex-diretores da Odebrecht. As irregularidades marcaram construções do DF, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo.


Pagamentos de propina para políticos e funcionários públicos, formação de cartel, fraude em licitações, criação de aditivos em contratos e superfaturamento são algumas das irregularidades citadas pelos ex-executivos em seus depoimentos.


Os casos, encaminhados pelo ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, agora serão apurados pelo Ministério Público Federal (MPF) dos estados em que estão as obras.

Saiba quais são as obras envolvidas no esquema:


Amazonas

Em Manaus, a superfaturada Arena da Amazônia estava orçada em R$ 499 milhões, mas foi concluída por R$ 669,5 milhões – valor 34% maior que o previsto. A concorrência da obra também foi frustrada por causa de um acordo entre as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez.


Bahia

A licitação das obras da orla da Barra, em Salvador, também teve irregularidades. Os documentos que estão no STF, no entanto, não dão detalhes do esquema. A obra custou R$ 62 milhões. Com os aditivos ao contrato feitos pela Odebrecht, a obra custou R$ 4,4 milhões a mais do que o previsto.


Ceará

De acordo com delatores da Odebrecht, duas obras de Fortaleza tiveram irregularidades nas concorrências para as obras: do Transfor, conjunto de intervenções no trânsito da capital cearense, e da Arena Castelão.


Distrito Federal

Já no Distrito Federal, as obras envolvidas são a do Estádio Mané Garrincha, dos condomínios Jardins Mangueiral e o Centro Administrativos. Nas delações, os ex-executivos disseram que pagaram propinas a políticos e que formaram cartel com outras empreiteiras. Ao todo, os três contratos custaram R$ 9 bilhões.


Espírito Santo

Mais de R$ 10 milhões foram repassados a altos executivos da Petrobras para que aprovassem mudanças e agilizassem o andamento das obras da sede da estatal em Vitória. A construção estava orçada em R$ 486 milhões, mas chegou ao valor de R$ 567 milhões.


Goiás

A Odebrecht pagou propina ao ex-presidente da Infraero Carlos Wilson para que empreiteira vencesse a licitação da reforma do aeroporto de Goiânia. Houve ainda formação de cartel. As obras, que começaram em 2005 e foram paralisadas em 2007, tinha indício de sobrepreço no contrato.


Paraná

Repasses foram feitos a funcionários da Petrobras para as obras na Refinaria Getúlio Vargas (Repar), na Região Metropolitana de Curitiba. Segundo delações, servidores da estatal fizeram com que a OAS integrasse um consórcio formado pela Odebrecht e UTC. O contrato, com 28 aditivos, teve um valor final de R$ 2,5 bilhões.


Pernambuco

Na lista de obras envolvidas no esquema de corrupção em Pernambuco, duas deles nunca foram finalizadas: uma penitenciária e Refinaria Abreu e Lima, onde os custos ficaram quase oito vezes maior que o previsto. Já o sistema de Pirapama, a Arena de Pernambuco e Porto de Suape são investigadas por formação de cartel e pagamento de propina. No caso da refinaria, a OAS pagou R$ 90 milhões em propina por duas obras do local.


Rio de Janeiro

A linha 4 do Metrô no Rio, reforma do Maracanã, obras da usina nuclear Angra 3 e o PAC das Favelas foram algumas das dez obras em que houve superfaturamento no total de R$ 3,1 bilhões, segundo os ex-executivos da Odebrecht. No entanto, outras 16 obras públicas foram citadas nas delações. No caso das obras de Angra 3, que já duram 30 anos, foram gastos até agora R$ 8,4 bilhões. As obras são alvo de investigação por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.


Rio Grande do Sul

Foi citado o pagamento de R$ 119 mil em propina para a obra da Terceira Perimetral, via com 12 km de extensão em Porto Alegre. O projeto custou R$ 334 mil a mais que o previsto, totalizando um valor de R$ 22,6 milhões. Uma subsidiária da Odebrecht cuidou de um trecho das obras.


Rondônia

Na licitação da usina de Jirau houve irregularidades, como o favorecimento da empresa Tractebel-Suez. Já na usina de Santo Antônio, houve caixa dois e pagamento de propinas.


São Paulo

Treze grandes obras públicas do estado foram mencionadas – como a Arena Corinthians, a Linha 2- Verde do Metrô e o Rodoanel. O ex-presidente da Odebrecht relatou conluio com políticos para a realização das obras. Nomes como José Serra (PSDB), Gilberto Kassab (PSD) e Aloysio Nunes (PSDB) são citados nas delações. Na obra da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros, as melhorias custaram R$ 10 milhões a mais do que o previsto. Agentes públicos ligados ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER-SP) teriam se beneficiado com a construção.

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