Juiz manda recado aos críticos da Lava Jato ao justificar a manutenção do ex-ministro de Dilma e Lula atrás das grades
Na sentença em que condenou o ex-ministro Antonio Palocci a 12 anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, defendeu as prisões preventivas no âmbito da Operacão Lava Jato. Foi uma resposta do magistrado aos críticos dessas medidas judiciais, incluindo o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). “Aos críticos de supostos excessos das prisões preventivas, é oportuno ressaltar esse aspecto, que foram elas, circunstanciadamente empregadas, que interromperam, como admitem os próprios criminosos, os pagamentos de propinas acertadas em esquemas criminosos da Petrobras, da Sete Brasil e igualmente da conta-corrente geral de propinas entre o Grupo Odebrecht e Antonio Palocci Filho”, afirma Moro.
Diz ainda o magistrado: “Não fossem elas, o Grupo Odebrecht e Antonio Palocci Filho estariam hoje discutindo acerca de novos repasses do saldo de R$ 66 milhões da conta-corrente geral de propina”.
De acordo com a sentença, divulgada na manhã desta segunda-feira (26), Palocci permanecerá preso enquanto recorre da condenação. “O condenado é um homem poderoso e com conexões com pessoas igualmente poderosas e pode influir, solto, indevidamente contra o regular termo da ação penal e a sua devida responsabilização”, afirma um trecho do documento.