Coordenador da força-tarefa será investigado por supostamente ter comercializado palestras. Ele afirma que a atividade é autorizada pelo MPF e que doou valores a hospital.
O Ministério Público Federal vai investigar a conduta do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná.
Nesta sexta-feira (23), a Corregedoria Nacional do Ministério Público encaminhou à Corregedoria-Geral do MPF cópia da reclamação disciplinar instaurada para apurar a conduta do procurador.
Ele será investigado por supostamente ter comercializado palestras que proferiu no ano passado. Os autores do pedido afirmam que Dallagnol está usando as investigações da Lava Jato para enriquecimento pessoal.
Nesta quinta, após participar de palestra, o procurador afirmou que a atividade de dar palestras, inclusive as remuneradas, é “legal, lícita e privada” e autorizada por resoluções do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Ele também negou que esteja usando as investigações para enriquecimento pessoal e disse ter doado os recursos à construção de um hospital voltado para crianças com câncer.
“Nas minhas palestras não faço menções específicas a corruptos. Não me alongo em casos específicos. Eu trato sobre corrupção. Embora a atividade de dar palestra seja legal, lícita e privada, autorizada por resoluções do Conselho Nacional do Ministério Público e do Conselho Nacional de Justiça, decidi, por decisão própria, voluntária, destinar todos", disse.
O procurador afirmou ainda que a instauração de um procedimento de investigação é de praxe e negou qualquer tipo de irregularidade. “Toda vez que chega qualquer ofício ao CNMP por procedimento padrão eles instauram um procedimento [de investigação]. Eles vão me escutar e certamente vão arquivar porque esse pedido não tem qualquer perspectiva de êxito”, disse.