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INÉDITO: Alunos já migram para antigo supletivo no sexto ano

Pesquisa inédita diz que modalidade atrai mais estudantes do ensino fundamental




Mais alunos dos anos finais do ensino fundamental (do 6.º ao 9.º ano) migram para a EJA (Educação de Jovens e Adultos) do que os do ensino médio. Dados inéditos, divulgados nessa terça-feira (20) pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), mostram que 2,7% dos estudantes — mais de 344,5 mil — ainda no fundamental saíram do ensino regular entre os anos de 2014 e 2015. No ensino médio, a proporção é menor, de 1,9% — 157,7 mil dos alunos.


Para cursar o EJA, é preciso ter 15 anos completos para se matricular no ensino fundamental e 18 anos, para o ensino médio. Na maioria das escolas, essa etapa — que substituiu o supletivo — ocorre no período noturno e tem uma carga horária menor.


"São estudantes que foram reprovados muitas vezes já no início da educação básica e estão em defasagem. As escolas não conseguem lidar com as dificuldades, educacionais e sociais, e ele acaba indo para o EJA, o que é muito equivocado", diz César Callegari, integrante do Conselho Nacional de Educação.


A procura pelo EJA já no fundamental chega a 5% dos estudantes de Estados como Alagoas, Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte e Pará. Além dessa migração, nessa etapa o Brasil perde 5,4% dos alunos, que desistem de estudar. "Os números de jovens que deixam de estudar ou procuram o EJA já nessa etapa mostram um abismo. São jovens que não têm perspectiva de terminar nem o ensino médio. É uma situação enfrentada pela população mais pobre e que é naturalizada", diz Priscila Cruz, diretora executiva do Movimento Todos pela Educação.



Os dados mostram que, no 6.º ano do fundamental (o primeiro da etapa), 14,4% dos estudantes são reprovados. O porcentual tem queda, mas volta a subir no 1.º ano do ensino médio, quando 15,2% reprovam.

Atenção

"O País não dá atenção para os anos de transição entre etapas de ensino e o aluno sofre e leva essa defasagem para os demais anos", disse Callegari.

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