Uma epidemia de conjuntivite viral vem marcando o verão de 2017 em Porto Velho, avalia o médico oftalmologista Adalberto Penatti, da Policlínica Oswaldo Cruz (POC). “Talvez pior do que as ocorridas dez ou 15 anos atrás”, disse.
Diariamente, a POC e diversas clínicas particulares amanhecem lotadas com crianças e adultos de todas as regiões da capital, todos com baixa imunidade. Segundo Penatti, essa inflamação da conjuntiva, causada por agentes tóxicos, alergias, bactérias ou vírus, dura em média uma a duas semanas. A conjuntiva é a membrana transparente que recobre o globo ocular e a parte interna da pálpebra. A conjuntivite é transmissível pelo contato: roupas, toalhas de rosto e de banho, travesseiros e mãos. “Numa sala de aula de uma escola, a maioria dos 30 alunos pegou, e o recomendável é a dispensa para se evitar maior contaminação, que é facilitada pelo ambiente fechado”, disse o oftalmo. Alguns pacientes podem ter complicações, porém, na maioria dos casos ela é benigna. Olho avermelhados, sensibilidade à luz, presença de secreção, lacrimejamento e inchaço das pálpebras, eis os sintomas que podem variar de leves até quadros mais graves, com muita inflamação e incômodo. Os três tipos com maior ocorrência na Capital: adenovírus [semelhante ao da gripe, enterovírus [dá feridas no corpo] e coxsackie [infecta pele, unhas, olhos, vias respiratórias, coração, garganta, bexiga, pâncreas, fígado, cérebro ou meninges]. “Aplicar compressa gelada com soro, isso é suficiente; e se os sintomas incomodarem muito, ocorrendo baixa de visão, dor ou muita secreção, procure atendimento de saúde”, ele recomenda. Segundo ele alertou, coceira e qualquer outra irritabilidade normalmente vêm acompanhadas de gripe e desconforto de garganta. Quanto mais rápido a pessoa agir, melhor será para a sua recuperação. SAIBA MAIS ► Há situações de embaçamento visual, devido à infiltração do vírus na córnea. ► Alguns pacientes apresentam ceratite, erosão superficial da córnea. Dói. Ficam sensíveis à luz solar. ► Em outros, piora a visão no final da conjuntivite, por causa do acúmulo de células inflamatórias na córnea. São os chamados “infiltrados subepiteliais”. Necessitarão de colírios especiais. ► Existem conjuntivites virais raras, que podem ser causadas pelo vírus da herpes simples e herpes Zoster.