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NOVIDADE: Oftalmologista brasileiro desenvolve lente que evita transplante de córnea

Técnica cirúrgica revolucionária está sendo feita em vários países. Segredo é pequena peça de material acrílico que é implantada nos olhos do paciente.



A paisagem é típica do interior de Minas Gerais. Céu azul, natureza, casa de sítio. Elizete mora com a família num sítio na zona rural de Lamin. Vive na rotina da roça. Trabalha na horta, colhe frutas no pomar e, seu maior prazer, cuida da filha única, Ana Clara, de 9 anos. Mas já viveu tempos muito difíceis. Com 22 anos começou a ter problemas para enxergar.


Os médicos descobriram que ela tinha uma doença chamada ceratocone, com alta miopia. A única tentativa de solucionar o problema seria entrar na fila para fazer um transplante de córneas.


Com o tempo, o problema se agravou tanto que Elizete chegou a usar óculos com 20 graus em cada lente.

Em nove anos, Elizete nunca tinha visto o rosto da própria filha direito.


“Ela falava só assim comigo: ‘mãe, se um dia eu ficar cega, a senhora vai tomar conta de mim?’”, diz a mãe de Elizete, Maria Dornelas Cunha.


Sem perder nem a fé nem a esperança, Elizet fez uma verdadeira romaria por consultórios médicos de várias cidades. Chegou a fazer uma cirurgia a laser na capital, Belo Horizonte, sem sucesso.


Quem deu a solução para o problema da Elizete foi Claudio Trindade, um jovem oftalmologista, com a técnica cirúrgica revolucionária que ele criou e que está sendo feita, com sucesso, em vários países.


O segredo é uma pequena peça, feita de material acrílico, que é implantada nos olhos do paciente. Ela funciona como uma espécie de filtro e é muito mais simples do que o transplante de córneas, que Elizete precisaria fazer.


“Já foram realizadas 52 cirurgias com acompanhamento de mais de três anos e, além daqui, essa cirurgia já foi realizada em alguns países, nos Estados Unidos, na Alemanha, na Itália, na Argentina, nos Emirados Árabes e na Austrália, e realmente vem atraindo a atenção de oftalmologistas de todo o mundo”, diz Claudio Trindade.


Globo Repórter: O que que acontece com a visão das pessoas depois de operadas? Claudio Trindade: Essencialmente essas pessoas não têm nitidez na visão e não conseguem muitas vezes identificar uma pessoa conhecida, nem mesmo ler placas, não conseguem se locomover com tanta facilidade, e depois consegue ver detalhes que há muito tempo não enxergava.


Foi exatamente o que aconteceu com Elizete. Foi como redescobrir o mundo. Elizete recuperou a visão, a autoestima, a alegria e passou a olhar a vida de uma outra maneira.

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