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POLÊMICA: PF flagrou primo de Aécio recebendo propina da JBS

Imagens divulgadas pelo Jornal Nacional mostram entrega de mala com R$ 500 mil




A Polícia Federal flagrou Frederico Pacheco de Medeiros, primo do senador Aécio Neves (PSDB-MG), recebendo uma mala com R$ 500 mil de Ricardo Saud, executivo da J&F, grupo que controla a JBS. A entrega do dinheiro fez parte de uma das "ações controladas" realizadas pela polícia após acordo de delação premiada dos donos da JBS, como ocorreu com o ex-assessor-especial da Presidência Rodrigo Rocha Loures. Segundo a Polícia Federal, Aécio era o destinatário do repasse. As imagens foram divulgadas pelo "Jornal Nacional", da TV Globo.




A entrega do dinheiro ocorreu no dia 12 de abril numa sala da sede da empresa. Segundo o "Jornal Nacional", foi a segunda de quatro malas com R$ 500 mil que seriam entregues segundo acordo entre Saud e Frederico. Frederico está preso desde o dia 18 de maio, quando foi deflagrada a Operação Patmos.


As imagens mostram Frederico contando o dinheiro em cima de uma mesa. O primo de Aécio coloca maços de dinheiro na bolsa, e o executivo da J&F sai da sala carregando a mala. De acordo com a Polícia Federal, a mala foi entregue a Mendherson Souza Lima, ex-assessor do senador Zezé Perrela (PMDB-MG), que é próximo de Aécio. Não há imagens da entrega da mala a Mendherson.


Também foram flagradas imagens do terceiro encontro entre Frederico e Saud, no dia 19 de abril, no prédio da JBS. Os dois encontram Mendherson no estacionamento do local. AS imagens mostram Mendherson colocando no bolso dinheiro entregue por Frederico.


Com as ações controladas, a PF descobriu R$ 450 mil escondidos na casa da sogra de Mendherson, em Nova Lima (MG). Ele contou aos investigadores que escondeu o dinheiro no local na véspera da Operação Patmos.


Nesta sexta-feira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reforçou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido de prisão preventiva de Aécio. Janot solicita que o caso seja apreciado pelo plenário da corte com máxima urgência


OUTRO LADO

Ao JN, a defesa de Aécio afirmou que o dinheiro foi um empréstimo oferecido por Joesley Batista, dono da JBS, para forjar um crime que lhe permitisse firmar acordo de delação. Disse ainda que o empréstimo não envolveu dinheiro público ou contrapartidas do senador, e que, por isso, não se pode falar em propina ou corrupção.




Os advogados de Frederico e Mendherson disseram que só vão se pronunciar na Justiça.

O senador Zezé Perrella afirmou, por meio de sua assessoria, que não recebeu dinheiro entregue a Mendherson, o que pode ser comprovado, segundo ele, pela análise de seus extratos bancários.

A JBS declarou que está colaborando com a Justiça.



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