Bagagem havia sido vista pela última vez no estacionamento de pizzaria em 28 de abril
O deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) entregou na sede da Polícia Federal de São Paulo na noite desta segunda-feira a mala com R$ 500 mil. A informação, antecipada pelo jornal “Folha de S.Paulo”, foi confirmada nesta terça-feira pelo GLOBO. Ainda não se sabe qual será o destino da mala: se será analisada pela força-tarefa em Brasília ou se permanecerá na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.
A entrega da mala confirma a informação dada pelos investigadores, de que a bagagem estava com o deputado.
Em entrevista à "Folha de S. Paulo" divulgada nesta segunda, o presidente afirma que o deputado é "um homem, coitado, de boa índole, de muito boa índole".
— Não vou dizer isso (que se sente traído por Loures), porque ele é um homem, coitado, ele é de boa índole, de muito boa índole. Eu o conheci como deputado, depois foi para o meu gabinete na Vice-Presidência, depois me acompanhou na Presidência, mas um homem de muito boa índole. Sempre tive a convicção de que ele tem muito boa índole. Agora, que esse gesto (receber R$ 500 mil) não é aprovável — afirmou o presidente.
Na mesma entrevista, o presidente afirma que o relacionamento entre eles era "apenas institucional".
RETORNO SOB GRITOS DE 'LADRÃO'
Rodrigo Rocha Loures retornou ao Brasil na última sexta-feira. Ele estava em Nova York, nos Estados Unidos, e desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, sob gritos de "ladrão". Quando estourou a delação da JBS, o deputado disse que voltaria ao país para prestar os devidos esclarecimentos. Ao chegar, afirmou que esclareceria a história "no momento adequado".
Três partidos já protocolaram, nesta segunda-feira, pedidos de cassação do mandato de Loures por quebra de decoro parlamentar: Rede, PSB e PSOL. Os pedidos foram feitos junto ao Conselho de Ética da Câmara, que decidirá se vai ou não abrir processo. O deputado já está afastado do mandato por ordem do ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).