Uso frequente pode causar doenças periodontais e levar ao câncer de boca
Uma forte tradição cultural nos países do Oriente Médio, Norte da África e Sul da Ásia, o narguilé ou cachimbo d’água se popularizou também entre os jovens da Europa e de países do continente americano. No Brasil, uma pesquisa conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2008 revelou que há mais de 300 mil usuários por aqui.
Muito provavelmente, o uso do narguilé foi amplamente difundido porque grande parte dos usuários acredita que ele seja menos prejudicial do que o cigarro. No entanto, quando se trata do fumo, seja feito por meio do cigarros, de cachimbos ou do narguilé, é impossível assegurar que haja um uso prudente ou considerado seguro. Assim como outros produtos derivados do tabaco, o narguilé contém nicotina e as mesmas 4,7 mil substâncias tóxicas do cigarro convencional.
Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o uso do narguilé como um grande problema de saúde pública. Estudos realizados na Arábia Saudita mostraram que além de graves prejuízos no sistema cardiorrespiratório, os usuários apresentavam doenças periodontais. Essas condições inflamatórias afetam a gengiva e podem levar à perda dos tecidos de suporte dos dentes.
O uso frequente e contínuo aumenta o risco de lesões na boca e na gengiva, além de expor o usuário a uma alta exposição ao monóxido de carbono (CO). Em longo prazo, o narguilé também predispõe o paciente ao câncer de boca e à perda dos dentes. Atualmente, estima-se que pelo menos dez mil novos casos de câncer de boca surjam no Brasil a cada ano.
Câncer de boca Além do tabaco, o câncer oral considera outros fatores de risco, como o histórico familiar, idade superior a 50 anos e o consumo excessivo de álcool.
Indivíduos que se enquadram nesse perfil devem ficar atentos ao surgimento de feridas que não cicatrizam dentro de uma semana, manchas brancas, vermelhas ou pretas, dificuldade de deglutição e sangramento. Uma gengiva saudável apresenta firmeza, não sangra facilmente e cobre toda a raiz dos dentes. Preste atenção na cor de sua gengiva. Ela deve ser clara e rosada.
O diagnóstico precoce possibilita a cura total na maioria dos casos. Mas, infelizmente, a maioria das pessoas só recorre ao cirurgião-dentista quando a lesão já está em um estágio avançado.