Com o objetivo de oferecer um atendimento mais tranqüilo e 'confortável' aos chamados grandes clientes, o Bradesco vem promovendo uma rotina de discriminação e exposição de seus funcionários, clientes e usuários.
É o que ficou constatado na manhã desta terça-feira, 9/5, em algumas agências do Bradesco de Porto Velho, por dirigentes do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), que viram o atendimento ao público sendo realizado na área destinada ao autoatendimento, somente para quem necessita utilizar os caixas eletrônicos.
Com isso, os clientes e usuários são atendidos pelos funcionários antes mesmo de passar pela porta giratória e acessar a parte interna, onde geralmente seria feito o atendimento normal. Com isso, os funcionários do banco ficam expostos aos riscos de segurança e de maior constrangimento, já que podem sofrer toda e qualquer ação de revolta (com o atendimento precário) dos usuários, e também de criminosos, já que esta parte da agência não conta com o sistema que garanta a segurança ideal dos funcionários.
Por sua vez os clientes e usuários são obrigados a receber atendimento em uma pequena bancada, sem filas, sem biombos, com o monitor do computador à vista de qualquer um, ou seja, o sigilo bancário dos clientes e usuários também está totalmente exposto com essa iniciativa do banco de impedir a entrada na agência de pessoas que não sejam os clientes 'VIP'.
"Isso só confirma a ganância do Bradesco, que é um dos maiores bancos privados do país e promove essa verdadeira discriminação com a população. Ora, o banco é uma concessão pública e, portanto, tem a obrigação de atender de forma igualitária todos os clientes e usuários, independente de etnia, segmento social, cor, religião ou opção sexual. E ao colocar em prática essa rotina de fazer atendimento ainda na parte de acesso das agências o banco coloca em risco a segurança dos bancários, expõe os clientes e usuários e desrespeita tanto as convenções coletivas da categoria quanto as leis de segurança bancária", menciona José Pinheiro, presidente do Sindicato.
O dirigente conta ainda que outra lei desrespeitada pelo Bradesco, com essa prática imoral e desumana, é a Lei das Filas, que determina os horários máximos pra o atendimento a cada pessoa que necessita de atendimento bancário.
"Nesta agência as senhas que são distribuídas às pessoas não tem os horários de sua expedição impressa, ou seja, a pessoa vai ter que esperar horas para ser atendido e não vai poder sequer fazer alguma denúncia pois na senha não está impresso o horário em que a senha foi retirada, muito menos o horário em que o atendimento foi, enfim, realizado", destaca Pinheiro, acrescentando que o Sindicato vai encaminhar a denúncia para o Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério Público de Rondônia (MP-RO).
Ele orienta ainda os clientes e usuários a fazerem denúncias do desrespeito com a leis e a precariedade do atendimento aos órgãos fiscalizadores, como Procon, Secretaria Municipal de Fazenda (SEMFAZ) e até mesmo à Ouvidoria do banco.