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TA NA TELA: PGR pede investigação contra auxiliar de Temer no Planalto

Du Altimari, assessor especial da subchefia de Assuntos Federativos da Secretaria de Governo, é citado em delação da Odebrecht



O assessor especial da subchefia de Assuntos Federativos da Secretaria de Governo da Presidência da República, Palmínio Altimari, foi citado pelo delator da Odebrecht Guilherme Paschoal como beneficiário de R$ 150 mil que teriam sido recebidos por meio de caixa 2 e destinados para sua campanha à reeleição como prefeito de Rio Claro em 2012. Conhecido como Du Altimari, o ex-prefeito ganhou o codinome “Sabonete” no sistema Drousys, ferramenta na qual os executivos da empreiteira registravam pagamentos não oficiais. Altimari foi nomeado em 23 de março deste ano, antes do fim do sigilo das delações, no dia 12 de abril.




Foto: Dida Sampaio/Estadão

Auxiliar de Temer é citado em delação da Odebrecht e PGR pede sua investigação

Altimari é alvo de pedio de investigação porque em seu depoimento à Procuradoria-Geral da República, Paschoal, que era diretor regional da Odebrecht Ambiental, relatou que se reuniu com ele no gabinete do prefeito, entre julho e agosto de 2012 para informar o valor da doação e que ela seria feita via caixa 2.


De acordo com Paschoal, o candidato “agradeceu e achou ótimo”. Na reunião, Paschoal informou que a contribuição era para mostrar que a companhia pretendia manter uma boa relação e retomar os investimentos no município.


Palmínio Altimari Filho, o Du Altimari, foi eleito prefeito em 2008 e reeleito em 2012. De acordo com o delator, a doação via caixa 2 fazia parte da estratégia montada por Fernando Santos Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental e chefe de Paschoal, para “propiciar ambiente favorável” para o crescimento da empresa em municípios identificados como carentes de serviços de saneamento básico.


O pagamento para a campanha à reeleição ocorreu depois que a Odebrecht teve problemas com Altimari durante seu primeiro mandato. Após assumir, Altimari tentou suspender o contrato de Parceria Público-Privada (PPP) do município com a companhia, iniciado em 2007. Altimari não havia recebido doações da companhia em 2008, e uma de suas promessas de campanha era a suspensão do contrato. Ainda segundo Paschoal, Fernando Reis havia deixado claro que a chapa de Altimari e sua vice Olga Salomão e a base do PT, partido da vice-prefeita, deveriam ser apoiadas na eleição de 2012 por causa do histórico da campanha anterior.


Altimari chegou a nomear uma comissão especial em 2009 para estudar o contrato, buscando irregularidades que possibilitassem o rompimento da parceria. A tentativa não prosperou e o contrato continua em vigor. Após a conquista da reeleição, a relação com a companhia foi tranquila, sem “nada que não fosse da praxe do contrato”, afirma Paschoal em seu depoimento. A PPP tem previsão de 30 anos, com investimento de R$ 140 milhões.


Altimari não conseguiu eleger seu sucessor na eleição municipal de 2016. O candidato Gustavo Perissinotto (PMDB) era secretário de Negócios Jurídicos da prefeitura de Rio Claro e foi exonerado do cargo para concorrer, mas ficou em segundo lugar, perdendo para Juninho da Padaria (DEM).


De acordo com dados disponíveis no Sistema de Informações Organizacionais do Governo Federal, a remuneração de um cargo de Direção e Assessoramento Superiores 102 5, ou DAS 102 5, que Altimari ocupa, é de R$ 12.445,57. O ex-prefeito ainda não está na lista de servidores da Presidência da República no Portal da Transparência do Govern Federal, cujos últimos dados de remuneração atualizados são de fevereiro deste ano.


A assessoria de imprensa de Altimari informou ao Estado que seus advogados estão tomando conhecimento dos fatos. "Até o presente momento só tivemos acesso às informações divulgadas pela da imprensa", disse a assessoria.

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