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TA NA TELA: MPF oferece nova denúncia contra José Dirceu na Lava Jato

MPF denunciou o ex-ministro pela 3ª vez na manhã desta terça-feira (2).


O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu, na manhã desta terça-feira (2), uma nova denúncia contra o ex-ministro José Dirceu na Operação Lava Jato. Segundo o MPF, ele recebeu propina antes, durante e depois do julgamento do Mensalão.



O MPF também denunciou outras quatro pessoas: o irmão do ex-ministro, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva; o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto; o ex-executivo da Engevix Gerson de Melo Almada, e o ex-executivo da UTC Walmir Pinheiro Santana.



De acordo com o MPF, Dirceu recebeu mais de R$ 2,4 milhões entre 2011 e 2014 das empreiteiras Engevix e da UTC a partir de contratos com a Petrobras.



A suspeita é a de que a quantia tenha sido usada, em grande parte, para custear assessoria de imprensa e de imagem para ele no julgamento do Mensalão. "O dinheiro foi usado para tentar limpar a imagem de José Dirceu durante o Mensalão", disse o procurador Júlio Motta Noronha durante uma coletiva de imprensa, na manhã desta terça-feira.



Ainda conforme o MPF, os serviços incluíram a emissão de relatórios sobre a imagem de José Dirceu perante a sociedade, o gerenciamento de entrevistas, a elaboração de artigos e até a organização do livro assinado pelo ex-ministro, “Tempos de Planície”.



Dirceu está preso em Curitiba desde agosto de 2015. Essa é a terceira denúncia da Lava Jato contra o ex-ministro no Paraná. As outras duas resultaram em condenações que somam mais de 32 anos de prisão.



"A acusação já estava sendo elaborada e amadurecida", afirmou o procurador Deltan Dallagnol.



Ainda de acordo com ele, em razão da análise do Supremo Tribunal Federal (STF) de habeas corpus pró-Dirceu, ela foi antecipada. "Os fatos podem ser ou não considerados pelo tribunal, que goza de independência", acrescentou.





Condenações



José Dirceu já foi condenado em dois processos no âmbito da Operação Lava Jato. Somadas, as penas chegam a 31 anos de prisão.



Na primeira decisão, de maio de 2016, o ex-ministro foi considerado culpado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A pena foi de 20 anos e 10 meses de reclusão, em virtude de atos ilícitos no âmbito da diretoria de Serviços da Petrobras.



Em março deste ano, Dirceu foi novamente condenado. Os crimes imputados foram corrupção passiva e lavagem de dinheiro, que lhe geraram condenação a 11 anos e três meses de prisão. A ação penal se originou na 30ª fase da operação, que apurou irregularidades em contrato para o fornecimento de tubos para a Petrobras.



José Dirceu está preso no Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele foi detido pela Lava Jato na deflagração da 17ª etapa da operação, batizada de "Pixuleco".




Mensalão



José Dirceu já havia sido condenado no processo do mensalão a 7 anos e 11 meses por corrupção ativa. Ele foi considerado chefe de esquema de compra de votos de parlamentares para favorecer os primeiros anos do governo Lula.



O ex-ministro foi preso em novembro de 2013 e passou a cumprir o regime semiaberto, com permissão para trabalhar fora. Em novembro de 2014, após cumprir um sexto da pena, foi para o regime aberto com prisão domiciliar, antes de ser preso na Lava Jato.

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