Pacientes brasileiros com câncer de mama ou de próstata estão vivendo mais tempo. A boa notícia vem da conceituada revista científica inglesa, The Lancet, que publicou no final de 2014 um estudo apontando que no Brasil, entre 1995 e 2009, a chamada taxa de sobrevida (pacientes que vivem mais de cinco anos após o diagnóstico) para câncer de mama aumentou de 78% para 87%. O índice se assemelha ao de alguns países desenvolvidos. No caso do câncer de próstata, o aumento foi ainda maior, passando de 83% para 96% no mesmo período.
Segundo o estudo, no caso do câncer de mama o tempo de vida aumentou porque houve redução no número de mortes que aconteciam depois das cirurgias para retirada dos tumores. Já pacientes com câncer de próstata estão vivendo mais por conta do diagnóstico precoce, ou seja, os homens estão fazendo mais exames de PSA e toque retal, que ajudam a identificar possíveis sinais da doença. [relacionados]
Em contrapartida, no Brasil houve queda no percentual de pacientes que sobreviveram cinco anos ou mais após o diagnóstico de câncer de estômago. A taxa caiu de 33% entre 1995 e 1999 para 24% de 2005 a 2009.
O Brasil também não vai nada bem quando o assunto é câncer de ovário, considerado um dos cânceres ginecológicos mais letais. Apenas 31% das mulheres sobrevivem cinco anos ou mais. Um dos motivos é a demora no diagnóstico, já que esse tipo de tumor não apresenta sintomas muito específicos e não há exames preventivos capazes de identificá-lo com segurança.
O estudo analisou dados de 67 países e mais de 28 milhões de pessoas para identificar por quantos anos as pessoas sobreviviam após o diagnóstico de câncer de estômago, cólon, reto, fígado, pulmão, mama, colo do útero, ovário, próstata e leucemia adulta e infantil.