Chacina ocorreu na quinta-feira (20), no assentamento onde vivem cerca de 100 famílias que sobrevivem da agricultura
A Polícia Civil confirmou a morte de 9 homens, na zona rural de Colniza (1.065 km a noroeste de Cuiabá), durante um ataque por disputa de terras na quinta-feira (20). A região de conflito agrário distante cerca de 8 km da Vila Taquaraçu, e 250 km do centro.
Um grupo encapuzado invadiu a área e atirou contra as famílias que moram no local. Três peritos da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foram enviados nesta sexta-feira (21) para ajudar na identificação dos corpos.
O local da chacina fica em uma região de difícil acesso, sendo que os próprios policiais fazem o translado dos corpos, que primeiro chegam até um barco para depois tomar uma balsa até as ambulâncias.
A suspeita é de que os autores do crime sejam capangas de fazendeiros da região. Segundo a investigadora Elisângela Nunes, da Polícia Civil de Colniza,a grande dificuldade de acesso ao local, impediu a comunicação com a equipe que se encaminhou para a região, tão logo tiveram conhecimento do crime.
Nenhuma mulher ou criança estão entre as vítimas, como se supôs inicialmente. No assentamento vivem cerca de 100 famílias que sobrevivem da agricultura de subsistência.
Famílias em áreas de conflito
Um levantamento realizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontou que 6.601 famílias de Mato Grosso moram em áreas de conflitos agrários. Os dados colocam o estado na 1º posição no ranking do Centro-Oeste e em 6º lugar no ranking nacional. Os números fazem referência aos casos ocorridos em 2016.
O maior número de famílias em locais de conflito em Mato Grosso, segundo a CPT, pertencem ao Parque Nacional do Xingu, nos municípios de Querência, Canarana e São Félix do Araguaia. São ao todo, 1.522 mil famílias.