Presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia quer saber como imprensa obteve documentos assinados por Fachin; preocupação é com segurança de sistema.
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, determinou nesta quarta-feira que seja aberta uma comissão de sindicância para esclarecer a divulgação de atos processuais do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na Corte. A relação de inquéritos abertos a partir das delações de 78 executivos e ex-executivos da construtora Odebrecht atingiu a elite política de Brasília e ganhou o nome de “Lista de Fachin”.
Os documentos foram assinados eletronicamente pelo ministro Edson Fachin no dia 4 de abril, vindo a público uma semana depois pela imprensa. Na relação, entre inquéritos instaurados, pedidos repassados para outras instâncias e solicitações à Procuradoria-Geral da República (PGR), nove ministros do governo Temer, os presidentes da Câmara e do Senado e lideranças do governo e da oposição.
Os vazamentos foram discutidos ao longo dos últimos dias entre a ministra Cármen Lúcia, Fachin e o secretário de Tecnologia da Informação do STF, Edmundo Veras dos Santos Filho. Uma das preocupações é com a segurança do sistema. A comissão de sindicância deverá entregar seu relatório em 30 dias.
O grupo será composto pelo assessor-chefe da assessoria processual da presidência, Rodrigo Abreu Martins de Lima, pela secretária de segurança, Regina Alencar Machado da Silva, e pelo coordenador de engenharia de software, Júlio Cesar Gomides de Almeida.
Em declaração enviada à imprensa, a presidente do Supremo “julgará os processos da Lava Jato que são de sua competência independentemente de qualquer percalço ou tentativa de atraso, honrando a responsabilidade jurídica e a importância histórica que a guarda da Constituição lhe confere”.