Presidente da Fundação Pio XII explicou à Comissão da ALE andamento do processo.
Em reunião ontem, da comissão temporária especial da Assembleia Legislativa (ALE/RO) para averiguar possível ingerência no credenciamento do Hospital de Câncer de Barretos (HCB) na nova unidade denominada Hospital da Amazônia, o diretor da Fundação Pio XII, Henrique Prata, falou da dificuldade de relacionamento com o secretário estadual de Saúde, Williames Pimentel, que, segundo ele, sempre buscou o credenciamento do Hospital de Base em detrimento do Hospital de Câncer, que contará com toda estrutura para o tratamento completo de câncer em área com 30 mil metros de área e referência no tratamento com os melhores especialistas do País, formados em Barretos.
Prata explicou o andamento do processo junto ao Ministério da Saúde, e disse que se vive um momento triste, pois o hospital é um investimento de R$ 100 milhões totalmente de capital privado, sem dinheiro público, exceto algumas emendas, sendo um modelo e referência no tratamento em toda a América Latina.
Um dos pontos que Prata esclareceu foi quanto aos tipos de credenciamento no tratamento, como o Cacon (completo, de alta complexidade) e o da Anacon (tratamento ‘fatiado’ ou apenas um pedaço de serviço), que é o caso atual da clínica São Pelegrino.
Segundo ele, a clínica existente em Rondônia só cumpre dois protocolos dos 12 necessários para um paciente em tratamento de câncer “e justamente os dois que dão lucro para o hospital”. Afirmou que destes processos, o Barretinho trouxe todos, ficando somente de fora a radioterapia.
Prata afirmou que o hospital existente conseguiu credenciamento duplo (Cacon e Anacon), o que contraria todas as diretrizes, especialmente por não ter condições de atender à população, especialmente por fechar no fim da tarde. “Recebemos pacientes com perfuração de intestino e não tinham onde tratar, isso é absurdo”, relatou.
Quanto ao relacionamento com a deputada federal Marinha Raupp, Prata disse que, “se ela seguir o que o Pimentel quer, iremos atritar o tempo todo. Precisamos tratar de forma correta. A maioria dos pacientes é pobre. Quero fazer o certo. E o que é certo é credenciar o Hospital de Câncer”.
Prata deixou claro que não quer criticar ninguém, “mas o que o Estado está querendo fazer é irresponsável e inconsequente” referindo-se ao desejo do secretário em querer credenciar o Hospital de Base. “Clínico geral não pode querer operar câncer, isso não é o certo”. O Diário não conseguiu falar com o secretário.