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ÚLTIMA HORA: Contratos, extratos e notas reforçam teor de delações da Odebrecht

  • FOLHA.COM
  • 17 de abr. de 2017
  • 3 min de leitura

No total a relação de Edson Fachin tem 98 nomes e inclui três governadores e um ministro do Tribunal de Contas da União







Ex-executivos da Odebrecht apresentaram contratos fictícios, comprovantes de transferências, extratos bancários, registros telefônicos e outros documentos para corroborar parte das acusações feitas nos depoimentos prestados nos acordos de delação premiada com a Lava Jato.


Os papéis serão usados pelo Ministério Público Federal na tentativa de provar os crimes narrados pelos colaboradores nos depoimentos.


Políticos envolvidos têm se apegado ao discurso de que a palavra dos delatores não é suficiente para provar as acusações –e que são necessários outros elementos que reforcem o que foi dito.


Parte dos papéis entregues tem indicativos mais concretos: extratos bancários, comprovantes de transferência ou até contratos fictícios.


Um deles, de R$ 9,6 milhões, foi assinado entre a Odebrecht e Duda Mendonça. Segundo os delatores, nenhum serviço foi prestado à empreiteira: parte desses recursos foi usada para camuflar o pagamento de uma dívida da campanha de Paulo Skaf (PMDB) ao governo de São Paulo em 2014.


A defesa de Duda diz que o marqueteiro não vai se pronunciar. Skaf, em nota, afirma que nunca pediu nem autorizou ninguém a pedir contribuições "que não as regularmente declaradas".


Expediente semelhante, dizem os delatores, foi usado para pagar serviços do publicitário Paulo Vasconcelos na campanha de Aécio Neves à Presidência, em 2014. Contratos e notas fiscais foram entregues ao Ministério Público. Aécio e Vasconcelos negam irregularidades.


Também foram documentadas transferências de contas da companhia no exterior para uma offshore atribuída ao publicitário João Santana, que fez campanhas para o PT entre 2006 e 2014, e recebeu do grupo também por eleições de outros países.


Outro grupo de documentos ajuda a reforçar a narrativa dos colaboradores de proximidade com os delatados e de influência sobre decisões. Neste estão trocas de e-mails entre empresários e agentes públicos, além de anotações e relações de telefonemas feitos para autoridades.


É o caso de duas planilhas anexadas por Marcelo Odebrecht com registro de telefonemas feitos a Antonio Palocci e ao Palácio do Planalto, em um número atribuído por ele a Dilma Rousseff. Serão usados para corroborar a versão dos delatores de que tinham acesso aos políticos.

Há ainda e-mails trocados entre o ex-presidente do grupo e Gilberto Carvalho, então chefe de gabinete de Luiz Inácio Lula da Silva. As mensagens, que relatam reuniões e registram demandas, por exemplo, também são usadas em tentativa de mostrar que o grupo exercia influência sobre o Palácio do Planalto.

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Preto no branco

Delatores entregam documentos para reforçar testemunhos

Duda Mendonça A empreiteira simulou contrato de R$ 9,6 milhões com uma empresa do marqueteiro Duda Mendonça para bancar a campanha de Paulo Skaf (PMDB) ao governo de São Paulo em 2014. Marcelo Odebrecht entregou o documento à PGR e garantiu: "não houve execução de serviços"

Outro lado Duda não vai se pronunciar. Skaf diz que nunca pediu ou autorizou contribuições ilegais



Eduardo Paes Executivos da Odebrecht pediram que o departamento de propina transferisse?R$ 5,75 milhões para contas no exterior para a campanha de "Nervosinho", apelido de Eduardo Paes (PMDB). Comprovantes mostram o envio de dinheiro para contas nas Bahamas e na Suíça

Outro lado Paes diz que não recebeu propina nem tem contas no exterior



Aécio Neves Benedicto Jr. disse que Aécio Neves (PSDB) pediu que a Odebrecht pagasse ao marqueteiro Paulo Vasconcelos, com contrato fictício

Outro lado Vasconcelos diz que fez campanhas dentro da lei. Aécio afirma que não solicitou apoio ilegal



José Serra Luiz Eduardo Soares, do setor de propinas da Odebrecht, entregou comprovantes de transferências para contas no Reino Unido e em Luxemburgo, do lobista Amaro Ramos, e atribuídas ao "Vizinho", que diz ser referência a José Serra. O dinheiro seria pagamento para a campanha ao governo de SP em 2006

Outro lado Diz que não cometeu irregularidades e que inquérito mostrará que acusações são fantasiosas



Instituto Lula Alexandrino Alencar entregou registro da escritura do terreno que a Odebrecht comprou em 2010 para doar ao Instituto Lula. Lula achou inadequado o imóvel, que nunca foi usado pela entidade

Outro lado Instituto diz que sempre funcionou em sobrado de 1991 e que favorecimento que nunca existiu



João Santana Vários delatores –como Marcelo Odebrecht e Pedro Novis, por exemplo- apresentaram comprovantes de transferências para conta Shellbill, de João Santana e Monica Moura

Outro lado Assinou acordo de delação premiada com a Lava Jato



Dilma Rousseff Para mostrar proximidade com agentes públicos, Marcelo Odebrecht entregou aos investigadores planilhas com registros de telefonemas a pessoas como Dilma

Outro lado Dilma dz que é fato notório que nunca teve relação de proximidade com Marcelo Odebrecht



 
 
 
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