Ministro criticou a composição da Corte e afirmou que o Brasil tem um Direito do Trabalho engessado.
O ministro do STF e presidente do TSE Gilmar Mendes disse nesta segunda-feira, 3, que o TST é ‘laboratório do PT’ e que conta com ministros simpatizantes e indicados pela CUT – Central Única dos Trabalhadores. Assista.
O ministro esteve em São José dos Campos a convite do Lide Vale do Paraíba, grupo de líderes empresariais, onde participou de um debate com o tema “A Justiça e o Desenvolvimento do País”. As perguntas foram feitas por empresários e políticos da região.
Ao falar sobre a composição das Cortes Superiores, Gilmar Mendes criticou o TST.
“Ficou um pouco de lado o TST. Esqueceram-se dele. E foi o laboratório do PT. Foi onde deu certo. A vocação de ocupação de espaço, de aparelhamento, foi exitosa exatamente no âmbito do TST. Hoje o tribunal é composto por muitos simpatizantes que foram indicados pela CUT. E nós temos um Direito do Trabalho engessado. O país com 13 milhões de desempregados e com um sistema inflexível.”
O ministro apontou a dificuldade em indicar ministros para o STF. “Ele terá a vida escrutinada, passará por exames dos mais diversos, muitas vezes injustos.”
Mas o mesmo, para Mendes, não ocorre na Corte Trabalhista: “a sociedade não fiscalizou o provimento de vagas no TST”. Mendes concluiu afirmando que o Brasil tem um Direito do Trabalho engessado e inflexível.
Repúdio
Acerca das declarações do ministro Gilmar Mendes, a Anamatra, Associação Nacional dos Magistrados da JT, publicou nota em que repudia o “discurso de ódio, não só contra os ministros do TST, mas contra a instituição como um todo”. No texto, o presidente da instituição, Germano Silveira de Siqueira, lamenta o “profundo desconhecimento do ministro acerca da realidade do Judiciário trabalhista no Brasil, o que se revela por manifestações irresponsáveis”, e afirma ser inaceitável esta conduta por um membro da mais alta Corte do país.