Confrontados com a escassez de leitos de UTI, acossados pelo recrudescimento da pandemia, os governantes de Rondônia decidiram contornar o problema percorrendo a trilha da bandidagem. Entre outras delinquências, desde o começo de dezembro os relatórios diários sobre os estragos causados pelo vírus chinês reduziram sistematicamente o número real de portadores de COVID-19 internados nos hospitais.
A conta da fraude chegou no último fim de semana, quando foi escancarado o colapso do sistema estadual de atendimento à saúde, em frangalhos sobretudo na capital, Porto Velho. No sábado, o governador Marcos Rocha (PSL) atribuiu à falta de médicos o patético pedido de socorro: ele e o secretário da Saúde imploraram ao restante do país que recebesse os doentes sem leito.
No domingo, 15 deles foram transferidos para o Paraná. No mesmo dia, o Ministério da Saúde cobrou do governo de Rondônia explicações para o desvio de 8.805 doses de vacina contra a COVID enviadas pelo governo federal. Nesta terça-feira, enfim, comprovou-se que os relatórios fraudulentos pretendiam driblar o decreto de isolamento, que obrigaria o governador Marcos Rocha a adotar medidas mais duras no duelo com o coronavírus.
O presidente Tancredo Neves dizia que a esperteza, quando é muita, fica grande e come o dono. Os caciques de Rondônia, aparentemente, ainda não sabem disso. Terão tempo de sobra para aprender a lição se a justiça presenteá-los com merecidíssimas temporadas na cadeia.
FONTE: R7.COM
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